Sobre os ombros o fardo
Quanto mais ando
Mais e mais eu tardo!
O solo é anfractuoso
austero, é áspero
Num caminho ruinoso!
Às vezes corro, acelero
Às vezes exausta,
Ofego e espero!
E quando tropeço
sigo em passos trôpegos
De cair me impeço!
E aqui o tombo
Na terra dos desesperados
É ter pisoteado o lombo
É ser na multidão engolido
É o escárnio
No escombro caído
Por isso eu corro
Por todo esse desvão
Por aqui não há socorro!
Meu igual me engole
Bebe meu sangue
É voraz! Gole a gole
Eu engulo a dor, é a sina
Eu corro e suo
Encho sua conta, sua piscina
O tempo me engole
Bebe meu sangue,
É calmo! Gole a gole
Eu ainda corro,
Não tenho fome
Não peço socorro
Tenho alimento à mão
E dele como com fartura
Na minha terra o alimento é a ilusão!
Por: Carolina Rieger Massetti 07/03/2012
Gostei muito do tema, senti n'alma. E achei as estrofes muito bem construídas!!!
ResponderExcluirVlw!!!